Na manhã desta quinta-feira (26), aconteceu o ato inaugural da Sala Jorge Luiz Marchiori Batista. No ato estavam presentes autoridades, familiares, amigos e imprensa.
Fizeram uso da palavra o autor da Lei Municipal que institui o nome da sala, Ver. Fabrício Moura, a representante da família, Dra. Janete Marchiori Batista e a Secretária Municipal de Educação e Cultura Teresinha Salete Sperry, que no ato representava o Executivo Municipal. Participou também do descerramento da fita inaugural a Prefeita Eleita de Nonoai, Adriane Perin.
Na Sala Jorge Luiz Marchiori Batista estão expostas as obras do artista, bem como servirá para artesãos e artistas nonoaienses poderem realizarem suas exposições.
A sala está localizada na Casa da Memória.
HISTÓRICO JORGE LUIZ MARCHIORI BATISTA
Escrito por sua irmã Janete Marchiori
Jorge Luiz Marchiori Batista nasceu em 19/06/1965. Filho de João Batista da Silva e Noema Marchiori Batista. Irmãos, João Luiz, Janete e Gelson Marchiori Batista. Já era alfabetizado aos 5 anos de idade em casa, pela mãe Nema e a madrinha Ernesta Cólvero (professora). Junto com seu irmão mais velho, iniciou a escola, mesmo sem a idade para iniciar os estudos, pois queria ficar com seu irmão. Fez o primeiro ano duas vezes, porque não tinha 06 anos na época.
Trabalhou muitos anos com Claudemir Modesti, o qual disse que até hoje tem guardadas as plantas de projetos arquitetônicos que Jorge fazia, de tão detalhista e bem feitas.
Quando foi morar em Porto Alegre, onde morou com o Ivonei Barbiero, trabalhava à noite de garçom no bar e restaurante do Ivonei, e fazia freelancer de projetos arquitetônicos à várias empresas de Porto Alegre.
Sempre gostou de artes. Por muito tempo sobreviveu fazendo fachadas, letreiros, placas e afins para o comércio de Nonoai e Chapecó. Era muito criativo para artes. Teve serigrafia Arte Native em Nonoai, junto com seu irmão.
Fez a faculdade de História. Anteriormente iniciou Matemática, mas não se identificou e foi para a História com licenciatura e foi onde se encontrou como professor. Sempre leu muito, tinha uma biblioteca de mais de 1.000 livros, desde história a revistas e livros de ufologia. Sempre engajado com a sociedade, preocupado com o saber das pessoas, principalmente dos jovens. Tinha sonho de fazer no porão da casa de sua mãe, uma biblioteca para seus alunos e um pequeno museu .
Foi idealizador, juntamente com Ivanor Barbiero e Ladimir Guilhardo, da 1ª EXPONAY, cuja logo está documentada na exposição da sala que leva seu nome.
Junto com sua amiga e sócia, Gerusa, abriu um atelier, no qual fez grandes realizações. Jorge sempre foi muito preocupado com o meio ambiente, plantas e animais.
Iniciou um livro sobre Nonoai, desenhou várias gravuras sobre a travessia dos Balseiros do Rio Uruguai, segundo contado pelo pai João que foi balseiro na época.
Sempre falava da oportunidade que a professora Salete lhe deu com início profissional em escola, com a AABB/Comunidade e Educação de Jovens e Adultos. Fez concurso público para no Estado de 20 horas, mas sempre tinha contrato de mais horas pra dar aula no EMADU. Lá se realizou como professor. Sempre interagindo com os colegas e alunos. Criativo, idealizou a fachada e interior da escola, e, finalmente, junto com os alunos defendeu o projeto da cápsula do tempo, junto à Coordenadoria Regional de Educação de Passo Fundo. O projeto foi aprovado e está para ser aberta somente nos 100 da Escola.
Sempre foi um desenhista nato, de mão cheia, fez anos de escola de arte em Chapecó, fazia desde caricaturas a desenho de perfil de fotografias.
Enquanto se tratava da doença que lhe causou a morte, fazia suas aulas, pois sonhava em se curar e voltar a dar aulas. Deixou mais de 220 aulas prontas, em áudio, escrita e vídeo.
Sempre ia a escola com caixa de som, microfone, note, e data show. Comprou seu próprio equipamento para utilizar na escola, um professor realmente diferenciado.
Participou, por muitos anos, da Câmara Júnior representando Nonoai em vários, encontros, fóruns, seminários, concursos estaduais e nacionais, com êxito.
Jorge nos deixou, após lutar bravamente por sua vida, aos 51 anos, em 13 de março de 2017, em decorrência de um câncer nos intestinos.
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